Quando aborda-se redes e especialmente sobre redes digitais, a questão está longe de ser apenas de acesso tecnológico. As redes sociais estão provando que o ser humano deseja participar e desenvolver as competências e habilidades cognitivas e sociais para se tornar um cidadão híbrido, vivendo simultaneamente nas interconexões hoje inconsúteis da realidade física e virtual. O mundo virtual e o ciberespaço nunca estiveram tão onipresentes graças aos aparelhos móveis e as bandas largas, que começaram a se disseminar de forma cada vez mais ampla a partir do ano 2000 até alcançar o cenário atual de hiperconexão, transformaram o 'estar conectado' em 'ser conectado'. Hiperconexão significa não apenas ligação entre pessoas, mas também entre sistemas e, com a emergente internet das coisas, significa ligação entre gente, animais, coisas e lugares. Passamos rapidamente de uma Web estática para uma Web dinâmica, de uma Web de páginas para uma Web de plataformas participativas, em uma miríade de ambientes de conversação. Um dos grandes impactos da sofisticação crescente das interfaces e dos softwares recai sobre o comportamento dos usuários. Mudanças de comportamento, impelidas pela convivência no ciberespaço, são imediatamente transferidas para a realidade presencial, em um sistema de trocas e complementaridades em tempo real que os jovens praticam com desenvoltura. Isso não seria tão profundo sem a conexão online permitida pelos equipamentos móveis, um dos fatores que mais afetam a cognição humana. É para abordar estas questões do mundo digital que estão dedicados os ensaios reunidos neste livro.