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Estocolmo, Suécia, 13 de agosto de 2002. Seria mais um dia normal na capital do civilizado e pacato país com um dos melhores IDH do mundo, não fosse uma “epidemia” de cefaleia e o estranho comportamento dos aparelhos eletrônicos: eles simplesmente não desligam, mesmo quando desconectados da tomada. Prenúncio de fenômeno ainda mais extraordinário: os mortos revivem – inclusive os falecidos até alguns meses antes. De repente, eles se movem, andam, deixam as câmaras de refrigeração dos hospitais, falam (ou balbuciam algumas palavras, como crianças) e podem ser ouvidos arranhando a tampa de suas urnas funerárias, nos cemitérios. Não se trata de zumbis devoradores de cérebros e transmissores de sua condição de “nem vivo, nem morto” por meio de mordidas. Pelo contrário, os “redivivos” – como passam a ser oficialmente chamados pelo governo – são entes queridos (o avô, o marido, a esposa, o filho, o neto) que todos gostariam de ter de volta ou ao menos por mais um tempo para corrigir erros, pedir perdão (ou perdoar), prorrogar a companhia em nome de momentos felizes e de afetos que a morte impediu de repetir ou de cultivar. São milhares de redivivos, que põem em cheque tanto a ciência quanto a religião, além de instaurar o pânico entre as autoridades – atônitas diante da inusitada situação. Mas o romance se concentra nos familiares de Eva – autora de livros infantis vítima de um acidente fatal naquele mesmo 13 de agosto –, Elias – um menino de seis anos morto um mês antes – e Tore – idoso recém-falecido, mentalmente desfigurado pelo mal de Alzheimer. Cruzando-se pontualmente, as três histórias se desenvolvem ao longo de 400 páginas repletas de tensão, situações inusitadas e às vezes repulsivas (vários redivivos estavam em avançado estado de putrefação), fenômenos inexplicáveis (como a telepatia entre os vivos, quando próximos dos “zumbis”) e, sobretudo, o desespero dos que tentam trazer os semimortos plenamente à vida, a todo custo – como é o caso do avô de Elias, o jornalista Gustav Mahler (homônimo do compositor), capaz de invadir o cemitério, escavar a sepultura do neto, exumar o cadáver agora com sinais de vida e fugir com ele e a filha para o litoral. David, comediante de stand up e marido de Eva, mobilizado por seu profundo amor pela mulher, descobre que ela foi feita “cobaia” no principal instituto médico legal do país. A viúva e a neta de Tore, Elvy e Flora, protagonizam as cenas mais estranhas: Elvy, dotada de sensibilidade incomum, experimenta uma visão em que a Virgem Maria lhe atribui a missão de salvar os descrentes que se recusam a ver a mensagem divina na ressurreição dos mortos; Flora, típica adolescente rebelde, desenvolve extraordinária capacidade de compreensão e comunicação com os mortos-vivos. O governo acaba por criar uma espécie de “campo de concentração” para os redivivos, foco para o qual a narrativa se volta, no terço final. Este será o palco do apocalíptico desfecho, que é menos importante do que todo o percurso para chegar até ele: os “zumbis” de Lindqvist são uma metáfora para a relação da cultura contemporânea com a morte e com a própria vida. Traduzido diretamente do sueco, a linguagem ágil, o ritmo cinematográfico (Lindqvist foi roteirista) e sobretudo a matéria do romance faz de Mortos entre vivos uma leitura de entretenimento, que atende aos apreciadores do melhor terror, sem amenizações – e, ao mesmo tempo, uma obra densa, repleta de significados, muito além de técnicas narrativas que provocam desespero e arrepios.


Especificações técnicas de Mortos Entre Vivos


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