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No mundo mecanizado da era industrial, no qual a matéria inerte respondia a uma série de leis rigorosas, exatas e universais, o vivo constituía uma aberração tão inquietante como inexplicável. Já o corpo morto, desprovido da gloriosa chama vital, tornava-se cognoscível: suas engrenagens eram perfeitamente explicáveis. Assim, a tecnociência moderna procuraria elucidar o escândalo da vida como uma exceção à regra. Ou, então, tentaria inseri-lo na explicação mecânica universal, negando boa parte de suas potências ao reduzi-las ao mero funcionamento dos aparelhos que compõem cada organismo. Desse modo, o saber científico redefiniu o corpo humano: arrancando-o dos homens vivos para fazer do cadáver seu modelo e seu objeto privilegiado. Daí em diante, a intimidade corporal seria fatalmente colonizada: seu interior se desvelaria, dando-se início a um processo que hoje parece atingir seu ponto culminante com o deciframento dos genomas e a conquista do nível molecular graças às ferramentas digitais. No horizonte fáustico que caracteriza a este tipo de saber tão atual, porém, o projeto contempla a ultrapassagem de todos os limites que constringem a essa velha estrutura carnal, por meio da manipulação das informações genéticas, a reprogramação celular e a produção de vida nos laboratórios." Paula Sibilia Construir um homem pós-orgânico ? "projeto faústico" ? parece ser a vontade da nossa época. Fazer confluir técnica e vida com o álibi de fortificar o corpo e minguar seus desassossegos, mas sem lhe poupar dívidas nem acoplamentos aos fluxos acelerados e contínuos que são ativados pelos "biopoderes" atuais. Estamos no umbral de uma metamorfose que Paula Sibilia examina e interroga com interesse, serenidade e espírito alerta: a passagem de um mundo em que a máquina era princípio de ordem, potência e regularidade, para outro em que os seres humanos são compelidos a se sintonizar com o mecanismo de curvas e contracurvas do capitalismo global. Obsolescência ou atualização: tal é a disjuntiva, ou a cruz, imposta pelas forças titânicas que estão dando forma à vida. Sobrelevamos, então, uma transfiguração, cujas consequências se anunciam imensas e ainda desconhecidas, tão certas como iniludíveis. As ideias recebidas acerca da ética, da ciência, da tecnologia e da política se veem forçadas a ruir ou a se amoldar.


Especificações técnicas de O Homem Pós-orgânico - A Alquimia dos Corpos e das Almas à Luz das Tecnologias Digitais


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