Os 50 anos do encerramento do Concílio Vaticano II (1962-1965) estão marcados pela iniciativa mundialmente inédita e muito bem-vinda deste Dicionário. A obra é fruto maduro da Igreja do Brasil que, por intermédio da CNBB, foi pioneira em sua entusiasmada adesão e aplicação programada do espírito e dos documentos do Vaticano II. É notável que desta vez não tenha partido da CNBB, mas sim de teólogos leigos do Departamento de Ciência da Religião da PUC-SP, sob a coordenação de João Décio Passos e Wagner Lopes Sanchez, a iniciativa de revisitar e relançar a herança conciliar. Isso demonstra o quanto o próprio corpo eclesial, de modo particular o seu laicato, sente-se responsável por manter viva a tradição conciliar como um bem comum irrenunciável da Igreja compreendida como Povo de Deus, em meio a hesitações e retrocessos que afetaram parte de seu clero, da vida religiosa e do episcopado" (J.O. Beozzo, Prefácio). Com 74 colaboradores, o Dicionário, é já presença obrigatória em todas as bibliotecas e planos de estudo de quem se interessa por compreender melhor o significado do evento conciliar no panorama político-cultural do século passado. Nas palavras de seus organizadores, ele se apresenta como uma proposta de leitura das orientações conciliares, consciente dessa realidade ambígua que se tornou mais visível entre nós nos últimos tempos, após um consenso renovador vivenciado pelas Igrejas de nosso Continente. Não pretende ser a verdade sobre o Concílio, mas oferecer chaves de leitura sobre o que acredita ser seu significado fundamental, em nome da coerência da fé e da razão.