Com o livro "A cenografia de Tomás Santa Rosa: espaço e modernidade, a arquiteta, urbanista e doutora em Artes Cênicas, Niuxa Dias Drago, traz ao público uma relevante contribuição aos estudos sobre a história da cultura no Brasil, no segmento das Artes Cênicas. Ao fazê-lo, colabora também para revelar um período em que a cidade do Rio de Janeiro - local em que foram realizadas as principais obras do cenógrafo - era o centro em efervescência das inovações em muitos campos do conhecimento e, em especial, das artes. O livro de Niuxa Drago vem contribuir para revelar aspectos até então não discutidos da obra de Santa Rosa - que a pesquisadora reuniu e confrontou a partir de diversas fontes documentais, entre elas fotografias de cena, depoimentos, críticas dos espetáculos, textos do autor e sobre ele, além de reportagens jornalísticas de época. [...] Para atestar que Santa Rosa era o mais profundo conhecedor das teorias teatrais e da cenografia internacional, fato que o levou a criar uma obra cenográfica e da cena teatral no mundo e no Brasil ao longo da metade do século XX [...] e discute fundamentos das vanguardas artísticas europeias e princípios que pautaram o Movimento Moderno no Brasil - inclusive na arquitetura - e que teriam inspirado o cenógrafo. [...] Niuxa elabora a sinopse comentada de cenografias de Santa Rosa executadas para diferentes companhias ou grupos, sistematizando-as segundo as estruturas físicas dos cenários. [...] Lidando com um "conteúdo frágil das descrições e análises cenográficas", nas críticas e outros documentos consultados [...] a autora adotou o método "ícono-semiológico" [...] para analisar os diferentes signos contidos nas mensagens das imagens teatrais. Para além dos estudiosos, estou certa de que interessará ao público em geral, pela riqueza da produção do cenógrafo e pelas ricas referências colhidas na imprensa sobre o processo de formação de uma história cultural relevante para a cidade do Rio de Janeiro entre 1940 - 1950. Evelyn Furquim Werneck Lima